domingo, 27 de setembro de 2009

Teu nome


Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

(Frederico Garcia Lorca)

Talvez assim...


Talvez se não fosse este véu
de ilusão em tua vida e tua face eu
conhecesse e ainda a tua alma
fosse-me revelada no olhar...

Talvez se o som da tua voz
não ecoasse somente em sonhos
dos meus desejos e na sensibilidade
dos meus ouvidos eu sentisse teu
coração...

Talvez se a vaidade que cobre
teus sentimentos não ostentasse
orgulhos e libertasse a pureza do teu
jeito de amar e minha emoção
pudesse te encontrar...

Talvez assim, somente assim,
não existiria essa ausência dolorida
acariciando a saudade e o amor estivesse
nos beijando em sua sublime ternura...

(Cida Luz)

Vou pintar os lírios no campo


Vou pintar os lírios nos campos
tingir de cores vibrantes
para quando o sol surgir em mim,
refletir em raios coloridos
e propagar-se para todas
as flores...
em campos e jardins floridos.
Vou pintar os lírios nos campos
antes do entardecer
para quando o sol se por
na lua refletir
tão colorido amor...

BRANCA PIRES